A morte de um jovem de 19 anos, ocorrida na manhã de domingo (30) no Parque Arruda Câmara — a Bica — em João Pessoa, levantou uma série de questionamentos sobre as condições de segurança do local. O caso aconteceu após o rapaz invadir o recinto de uma leoa, durante o horário de visitação, e ser atacado pelo animal diante de diversos visitantes.
Segundo a Prefeitura de João Pessoa, o jovem Gerson de Melo Machado escalou uma parede de mais de 6 metros de altura, passou pelas grades de proteção e utilizou uma árvore interna do recinto como apoio para acessar a área destinada ao animal. A invasão e o ataque foram registrados por pessoas que estavam no parque por volta das 10h.
A dinâmica da invasão
Vídeos feitos por visitantes mostram o momento em que Gerson escala a lateral da estrutura e entra no recinto usando a árvore como suporte. Assim que desce ao alcance da leoa, o animal avança e o puxa para o chão. O homem ainda tenta correr, mas cai alguns metros à frente, sendo atacado novamente.
De acordo com o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), a vítima morreu por choque hemorrágico, provocado por ferimentos perfurantes e contundentes no pescoço.
A prefeitura informou que o parque funcionava normalmente desde as 8h, e que visitantes presenciaram toda a ação. O município lamentou o ocorrido e prestou solidariedade à família, destacando que o espaço segue normas técnicas de segurança.
Estado da leoa e protocolos
Após o ataque, a leoa — chamada Leona — ficou “estressada” e “em choque”, conforme explicou o veterinário do parque, Thiago Nery. Ele afirmou que o animal respondeu aos comandos habituais de manejo e pôde ser contido sem necessidade de tranquilização, embora o procedimento tenha demorado devido ao estresse.
A direção do Parque Arruda Câmara descartou qualquer possibilidade de sacrificar a leoa. De acordo com a equipe técnica, Leona está saudável e não apresenta comportamento agressivo além da reação instintiva ao invasor. O animal segue sendo monitorado por veterinários, biólogos e zootecnistas.
Fechamento e apurações
Após o ataque, o parque foi imediatamente evacuado e teve todas as atividades suspensas por tempo indeterminado. A Prefeitura abriu investigação para esclarecer como o jovem conseguiu acessar a jaula, apesar das barreiras de proteção.
A Polícia Militar, o IPC e o Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) acompanharam a ocorrência. O CRMV informou que criará uma comissão técnica para avaliar a estrutura e os protocolos de segurança do parque, além de dialogar com a prefeitura sobre possíveis melhorias.
A expectativa é de que o parque permaneça fechado até a conclusão das apurações e adoção das medidas necessárias.

