Na madrugada de ontem (3/12), equipes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e militares do Codi (Comando de Operações de Defesa Interna) interceptaram um grande comboio de veículos carregados com maconha no Paraguai. A ação resultou na apreensão de cerca de 70 toneladas da droga, distribuídas em três caminhões, 12 caminhonetes Toyota Hilux, uma S10, uma Fiat Toro, uma Mitsubishi Outlander e quatro automóveis.
Os veículos seguiam em direção a Salto del Guairá, capital do departamento de Canindeyú, a apenas 12 km de Mundo Novo (MS). Segundo a Senad, o carregamento tinha como destino final o mercado brasileiro. A apreensão causou um prejuízo estimado em mais de 22 milhões de dólares à organização criminosa responsável pelo transporte.
Durante a abordagem, houve troca de tiros entre os agentes e os traficantes. O paraguaio Sergio Daniel González Aguilera foi morto, mesmo utilizando colete balístico. A maioria dos condutores conseguiu fugir, mas cinco suspeitos foram presos: Andrés Medina Britez, Héctor Valentín Martínez Marín, Arnaldo Giménez, Mauro Zarza Suárez e Idalia Samaniego Bernal.
Mauro foi baleado, mas sem gravidade. Idalia, por sua vez, havia publicado uma foto em rede social cerca de uma hora antes da prisão, em uma casa com piscina, usando o mesmo vestido que trajava no momento da captura.
Com o grupo, foram apreendidos três fuzis calibre 5.56, uma escopeta calibre 12, uma granada de mão, quatro coletes balísticos e cinco casacos táticos.
Passagem livre e suspeita de conivência policial
Antes de ser interceptado pela Senad e pelo Codi, o comboio passou pela jurisdição de pelo menos 11 delegacias da Polícia Nacional do Paraguai. Em entrevista à imprensa, o ministro Jalil Rachid, chefe da Senad, afirmou que os veículos circularam sem qualquer tipo de abordagem.
“Estava tudo liberado no caminho. Ninguém destas unidades viu o comboio passar”, declarou Rachid, levantando suspeitas sobre possível envolvimento de agentes da Polícia Nacional com os traficantes.
Até o momento, a corporação paraguaia não se manifestou sobre as acusações.
Em fevereiro deste ano, um comboio transportando quase 15 toneladas de maconha também atravessou a mesma região sem ser parado, episódio que gerou escândalo e levou à queda de chefes policiais locais.

