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Juiz autoriza quebra de sigilo telefônico em investigação do latrocínio de padre em Dourados

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Local onde o corpo foi encontrado e as armas utilizadas no crime

O juiz Ricardo da Mata Reis, da Vara do Juiz das Garantias, Tribunal do Júri e Execução Penal de Dourados, autorizou a quebra do sigilo dos dados telefônicos do padre Alexsandro da Silva Lima — morto em 14 de novembro — e dos investigados pelo crime de latrocínio. A decisão atende a pedido da Polícia Civil, que busca aprofundar a apuração sobre o planejamento e participação dos envolvidos.

De acordo com a investigação, Leanderson de Oliveira Junior, de 18 anos, e um adolescente de 17 anos estão detidos por participação direta no crime. Outros dois adolescentes, de 16 e 17 anos, além de João Victor Martins Vieira, de 18 anos, respondem em liberdade.

Em despacho publicado em 24 de novembro, o magistrado determinou que a perícia dos aparelhos seja realizada pelo Núcleo Regional de Inteligência de Dourados, com prazo de 30 dias para conclusão do laudo. Segundo ele, a medida é imprescindível para esclarecer o envolvimento dos investigados e identificar outros possíveis participantes.

No documento, o juiz destacou que:

“[...] o direito à intimidade não se sobrepõe ao direito fundamental da sociedade de se ver protegida contra atos de agressão praticados por terceiros, respeitando-se o valor constitucional outorgado à segurança coletiva em detrimento do particular.”

Entenda o caso

O pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Douradina, padre Alexsandro, foi encontrado morto em 15 de novembro, em uma área de mata no Distrito Industrial de Dourados. Ele estava desaparecido desde a noite anterior, quando, segundo a Polícia Civil, foi assassinado durante um assalto.

Equipes do Setor de Investigações Gerais (SIG) localizaram o carro do religioso com dois suspeitos a bordo. Abordados, eles confessaram o crime. Dentro do veículo, foram encontradas pertences da vítima e armas brancas — uma faca e um martelo — que teriam sido utilizadas no assassinato.

O inquérito aponta que Leanderson levou os investigadores ao local onde o corpo havia sido deixado. O padre estava enrolado em um tapete, com ferimentos profundos no pescoço e múltiplas lesões na cabeça.

A apuração indica que o crime foi premeditado. Segundo o delegado responsável, Lucas Albe Veppo, o padre foi morto dentro de casa, na noite de 14 de novembro, com golpes de marreta na cabeça e facadas no pescoço e no peito. Em seguida, o corpo foi abandonado em uma área de mata, e os suspeitos circularam pela cidade com o veículo roubado.

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